terça-feira, 26 de junho de 2012

“Entrai pela porta estreita” (Mt 7, 13)

Terça feira da XII Semana do Tempo Comum
Terça, 26 de junho de 2012

“Entrai pela porta estreita” (Mt 7, 13)

Para entrar na vida prometida por Cristo e preciso esforço e sacrifício. É preciso um curvar-se por parte de nossa humanidade, reconhecendo-se pequena. Poucos encontram esse caminho por que vão pela via mais fácil, menos dolorosa...
O esforçar-se de nosso espírito é um exercício que gera frutos por que fortalece os “músculos” de nossa alma. Impedem que as “gorduras” dos vícios se acumulem em nossa vida. Mas para isso, é preciso renúncia, muitas negações.
Os puros de coração, queridos por Deus, são aqueles que de fato purificaram a sua alma nesse exercício de vida. Para isso, é preciso refletir, curvar-se diante de si mesmo, sabendo ver em nosso interior o que precisa ser trabalhado e modificado.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

“Não julgueis...” (Mt 7, 1)

Segunda feira da XII Semana do Tempo Comum
Segunda, 25 de junho de 2012

“Não julgueis...” (Mt 7, 1)

Julgar significa definir uma verdade sobre alguma coisa ou alguém. Implica conhecer a realidade julgada. O conjunto que a envolve, as condições que a cercam. Até que ponto temos essa capacidade? O que sabemos, de fato, sobre o mundo que nos envolve?
O julgar, muitas vezes, é um desvio do nosso eu que se esquece de si mesmo para olhar realidades que estão fora. É um negar conhecer e aprofundar a própria vida em toda a sua complexidade para definir coisas externas.
Há muito mais o que conhecer e “julgar” dentro de nós do que fora. Há um mistério a ser descoberto, um mundo a ser conhecido muito mais próximo do que imaginamos. Não podemos fugir dessa riqueza, não podemos perder o grande benefício em aprofundá-la...

O grande anúncio


“João é o seu nome” (Lc 1, 63)

Ao celebrar a solenidade de São João Batista vemos o grande sinal da presença de Deus em nossa história. Presença que se atualiza em misericórdia. Essa vem como uma grande novidade, fugindo das nossas lógicas, dos nossos méritos. É dom que se faz vida, que gera a vida do nada de nossa existência.
Os que viram aquele fato ficavam realmente maravilhados com a misericórdia do Senhor. Sim, de uma estéril Deus faz brotar a vida. Essa nunca é obra humana, mas projeto que ultrapassa as nossas perspectivas, que faz parte de um projeto de salvação, onde Deus vive, atua e purifica a nossa história. Onde não há mais esperanças, Deus vem e retoma no seu grande plano de colocar o homem no centro e no ápice da criação.
Mas como? Não há na história nenhum precedente? Não há pessoa alguma que tenha realizado tal coisa? Sim. O nascimento de João abre para a humanidade às portas de um grande anúncio que estava por vir. Nada parecido tinha ocorrido, as profecias, por mais que se aproximassem dessa realidade, ainda estavam veladas no mistério. Sim, o seu nome será João. Ele torna real a grande novidade do Deus que vem a nós e prepara a nova criação.
Só diante desse anúncio que o silêncio de Zacarias é quebrado. Não havia palavras para descrever o que estava para acontecer. Era um fenômeno que ultrapassava as categorias sociais, humanas e lógicas daquele povo. Algo de grande estava para iniciar. O seu silêncio também nos ajuda a calar diante do mistério do Deus que se faz presente em nossa história e age de uma maneira que não esperamos.
“Quem vai ser esse menino?” (Lc 1, 66). Ele é anuncio de um novo nascimento. Uma vida nova que brota da esperança e da confiança em Deus. Uma vida que ultrapassa as nossas estruturas, que quebra a nossa vontade de domínio, que destrói o nosso orgulho sobre nós mesmos, sobre o outro e contra Deus. Ele é esperança em Deus, em sua presença em meio aos homens com dom de vida, vida plena.
“Ele vivia nos desertos” (Lc 1, 80). Em constante combate, sendo, assim, sinal da grande luta que estava por acontecer. A grande batalha entre Deus e os anjos do mal. Essa, pelo mistério da cruz, apresenta a grande derrota, o maior dos inimigos é vencido, mostrando que Deus é Senhor de nossa história, Senhor da Vida.

Sábado da XI Semana do Tempo Comum

Sábado, 23 de junho de 2012

“Ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6, 24)

O homem é muito mais do um ser vivo, muito mais do que um animal. Ele possui o sopro divino que o torna participante da vida em Deus. Com isso, ele é chamado a cumprir esse fim último de sua criação: viver como filhos de Deus.
Essa filiação requer de nossa humanidade a integridade de vida, um caminhar livre e decisivo para cumprir esse projeto. Essa opção não pode ser dividida, mas deve ser completa. Do contrário, desfiguramos a nossa identidade, fragmentamos o nosso “eu”.
Que nós possamos caminhar segundo a Senhoria de Deus. Ele providencia tudo o que nós precisamos de fato. Como verdadeiro Pai, a única condição para sermos acolhidos é estar em sua presença, em sua casa, em comunhão com os nossos outros irmãos.

Sexta feira da XI Semana do Tempo Comum

Sexta, 22 de junho de 2012

“Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6, 21)

Se vivemos em comunhão com Deus, o temos como centro de nossa vida. Ele é o paradigma de todas as nossas ações, do contrário, tudo se dispersa. Perdemos o rumo, o ritmo, a nossa própria identidade, porque não sabemos a que fim chegar.
Uma vida sem destino é uma existência sem fim, sem foco, que perde toda a sua luz. Não conseguimos, com isso, enxergar saídas, nos perdemos nas vias. Não chegamos a um fim porque perdemos as metas. É preciso luz, é preciso norte.
O tesouro que Deus nos apresenta é a alegria de sua comunhão. Essa é plena, sacia o homem de forma definitiva. É plena porque mostra ao homem o fim último de sua caminhada, a meta determinante de sua existência. A verdadeira e única riqueza.

Quinta feira, da XI Semana do Tempo Comum

Quinta, 21 de junho de 2012

“Vosso Pai, sabe do que precisais” (Mt 6, 8)

A oração do Pai Nosso, ensinada pelo próprio Filho nos ajuda a desenvolver duas dinâmicas: a de Filhos e a de irmãos. A simplicidade diante de Deus, confiantes em sua providência diminui a nossa pretensão diante do outro, nos une como filhos.
Colocamos-nos como Filhos por que vemos em Deus um verdadeiro Pai, que nos conhece e sabe do que temos necessidade. Somos irmãos enquanto filhos de desse mesmo Pai, chamados a viver nessa comunhão de unidade.
Que essa compreensão faça nascer em nós disposição necessária para nos abrir à dinâmica de uma comunhão fundada no amor de Deus. Só ele pode nos dar esse vínculo firme e terno de uma unidade que não se corrompe nem quebra com a materialidade da vida.

Quarta feira da XI Semana do Tempo Comum

Quarta, 20 de junho de 2012

“O teu pai, que está escondido, te dará a recompensa” (Mt 6, 18)

A vida em cristo vai muito mais além de uma exterioridade vazia. Ela é a opção pessoal por uma vida nova, na relação com um Deus que se faz Pai. Ele não tema necessidade de nosso culto, louvor ou sacrifícios, mas sabe que, por eles, podemos crescer.
A esmola, oração e o jejum são pedagogias de desprendimento. Eu me coloco diante de Deus do outro e de mim mesmo como aquele que serve, que não deseja apenas um crescimento individual, mas que deseja abrir-se, indo além de si mesmo.
Que nessa dinâmica do silêncio, nós possamos aprender a viver a perfeita comunhão com Deus, nosso Pai. Não precisamos das honras humanas, elas são perecíveis. A única honra e glória que devemos aprender a lutar e buscar é a de estar em comunhão livre com Deus.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Terça feira da XI Semana do Tempo Comum

Terça, 19 de junho de 2012

“Sede perfeitos” (Mt 5, 48)

A pedagogia de Cristo nos chama a ir além de si mesmo. Cumprir a lei apenas por cumprir não leva ninguém a lugar nenhum. Amar somente aquele que nos ama é viver em um círculo fechado de relações.
Jesus quebra em nós esse círculo de amores correspondidos. O cristão é chamado a exercitar essa dinâmica de modo perfeito. Ele é convocado a quebrar a “lei da troca”, ou “reciprocidade” em um amor que livre e gratuito.
Isso exige muito mais daquele que ama, por que requer uma doação perfeita de si. É na cruz que esse mistério se revela plenamente, de um amor que não é amado, mas que entrega-se livremente. É Jesus, pelo mistério de sua paixão, quem nos abre as portas da perfeição.

Segunda feira da XI Semana do Tempo Comum

Segunda, 18 de junho de 2012

“Não ofereçais resistência ao malvado” (Mt 5, 39)

Jesus leva a Lei à sua plenitude. Ele não apresenta uma passividade diante do mal, mas, pelo contrário um verdadeiro combate. Não podemos pagar o mal com o mal por que apenas damos continuidade a uma estrutura decadente de pecado.
O mal se vence com o bem, o ódio com amor, o pecado com a reconciliação do homem com Deus. Isso é o ponto central apresentado por Cristo, por que vai além da lei, nos faz sair de nós mesmos, de nossas vontades e ir em direção a outro.
Sabemos que não é fácil quebrar esse orgulho que nos fecha e si mesmo, que nos faz condenar e julgar o outro. A experiência do Cristo que se entrega na cruz, principalmente por aqueles que o condenavam é sinal de um amor que vai sempre além de si.

Um reino plantado


“O Reino de Deus é como quando alguém lança uma semente na terra” (Mc 4, 26)

O anuncio do Reino de Deus é o conteúdo central da mensagem de Jesus Cristo. Ele, entretanto, fala em parábolas, porque sabe que esse Reino é um mistério que não pode ser abraçado completamente pela razão humana. Nesse sentido, falando deste modo, ele apresenta a simplicidade do Reino de Deus, e ao mesmo tempo, a grandeza de seu mistério.
Jesus fala a homens de seu tempo, fala com categorias de sua época, com imagens de sua cultura, por isso a figura semente. A Palavra de Deus ou o anúncio do Reino, não é uma realidade distante da nossa, mas, pelo contrário, é viva e presente, toca a nossa terra e gera frutos para aqueles que a acolhem.
A dinâmica da semente que é lançada na terra, germina, cresce e dá frutos nos mostra que a presença de Deus em nossa história é realidade que exige, muitas vezes, a nossa colaboração, mas que não se condiciona absolutamente à nossa vontade.
A imagem da semente que cai na terra é imagem visível da Palavra de Deus que é lançada na nossa humanidade, Verbo que se faz carne, que toca o nosso chão. Esse toque faz com que ele se suje, não perdendo, entretanto, a sua essência de vida, vida divina.
Porém, a semente só germina porque morre, ela só gera vida por que doa-se totalmente. Ela “rasga” o seu corpo para que uma nova vida tenha início. Cristo, pelo mistério da cruz leva à cabo esse “rasgar-se” plenamente da humanidade em função da nova vida que lhe é dada. Pela sua entrega, nós somos os únicos beneficiados.
A semente cresce, mesmo que não façamos nada, sem sabermos como isso ocorre. É um mistério que pertence a Deus e a seu projeto salvífico. Esse crescimento, entretanto, mesmo sem haver necessidade, pede a nossa cooperação, exige que nós podemos alguns galhos secos, que fertilizemos o solo que o cerca, que irriguemos essa planta... Mas com que adubo podemos fertiliza-la? Com que água vamos irrigá-la?
Essa semente plantada, cresce e germina, dá frutos ao seu tempo. Ela não é uma máquina que age segundo as nossas expectativas na lei da ação-reação. Ela é fruto de uma liberdade misteriosa e divina que nos dá a vida segundo o seu projeto. É preciso, portanto, colaborar e saber esperar. Os frutos do Reino sempre vêm, é preciso que nós colaboremos com a sua instauração, para estarmos aptos a prendê-los com nossas mãos.

sábado, 16 de junho de 2012

Festa do Sagrado Coração de Maria

Sábado, 16 de junho de 2012

“Sua mãe guardava todas essas coisas no coração” (Lc 2, 51)

Celebrar o Sagrado Coração de Maria é viver a experiência daquela que soube reconhecer a presença de Deus na história e soube silenciar diante de sua grandeza. Esse silêncio quebra o orgulho que define e limita e abre-se para a contemplação do mistério.
Silêncio não se confunde com mutismo. Mas é saber calar-se no tempo oportuno, compreendendo que nem tudo pode ser entendido ou julgado pela nossa razão limitada. Silenciar é esperar que o projeto de Deus se cumpra no tempo determinado por ele.
Que o silêncio de Maria modele o nosso coração. Que possamos ir além desse mundo de palavras e juízos. Que a experiência de Deus seja para nós um alimento de vida e que o seu mistério esteja sempre diante dos nossos olhos mostrando o seu senhorio e a nossa limitação.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Festa do Sagrado Coração de Jesus

Sexta, 15 de junho de 2012

“O meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11, 30)

Cristo revela ao homem o verdadeiro rosto de Deus. Ele é amor que desdobra-se em salvação. Amor que cria, governa e redime todo aquele que dele se desvia. Jesus revela-nos esse desdobrar-se de Deus a nosso favor por meio de um coração que é sagrado.
Jesus chama-nos a si por que sabe que sua vida é caminho de encontro com o Pai. Essa aproximação não implica uma vida sem dores nem dificuldades. Conformar-se à Cristo significa compreender que o sofrimento humano é um fato que porta-nos um sentido.
Que nós possamos encontrar no coração de Jesus essa fonte de vida plena. Unidos à ele, podemos enfrentar a nossa vida com o espírito da cruz, na certeza da ressurreição. É quando abraçamos esse mistério que tocamos o sentido último do Ser humano.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Quinta feita da X Semana do Tempo Comum

Quinta, 14 de junho de 2012

“Se a vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus,
não entrareis no reino dos céus” (Mt 5, 20)

Jesus leva à perfeição a lei realizada por Deus. Ele torna-a plena por que mostra o seu pleno sentido. A lei vai muito mais além de uma norma moral a ser cumprida, ela busca colocar o homem em um caminho que, por si mesmo, ele não poderia sustentar.
O homem, por mais lógico e racional que seja, sempre carrega em si as marcas do pecado. Isso faz com que ele viva uma constante tensão entre o bem e a distorção de sua escolha. Não é fácil viver sempre o bem e escolher sempre o certo, é preciso uma luz.
A plenitude da lei realizada em Jesus Cristo é o cumprimento perfeito da Palavra de Deus pronunciada em nossa história. Ele cumpre são só por que age, mas enquanto mostra o verdadeiro sentido de cada mandamento e o fim que todos portam.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Quarta feira da X Semana do Tempo Comum

Quarta, 13 de junho de 2012

“Não vim para abolir a lei, mas para dar-lhe pleno cumprimento” (Mt 5, 17)

Jesus, revelação plena da divindade, apresenta ao homem que o caminho rumo à Deus é possível de ser realizado por nossa humanidade. A sua encarnação ensina aos homens que a Lei, anunciada no Antigo Testamento, é preparação para o grande evento de nossa salvação.
Cristo não ensina uma nova Lei, mas vive a antiga de forma plena. Ele nos ensina que é possível uma comunhão plena com Deus por meio da realização de sua vontade. Não há mais mistério: cumprir a vontade do Pai é a grande Lei da vida.
Que nós estejamos atentos ao grande mistério da vida que se revela plenamente em Jesus Cristo. Fazendo plenamente a vontade de Deus ele abriu para a humanidade um caminho que antes estava velado. A Palavra de Deus é ponte para a eternidade.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Terça feira da X Semana do Tempo Comum

Terça, 12 de junho de 2012

“Brilhe a vossa luz” (Mt 5, 16)

O cristão é aquele que resplandece a face de Cristo no mundo. Ele é sal da terra e luz do mundo. Sal enquanto faz a diferença no mundo, enquanto traz a novidade do Filho de Deus presente em nossa história. Luz, enquanto apresenta aos outros essa realidade.
Em um mundo de tantos sabores, de tantos brilhos, como ser sal? Como Ser luz? O cristão não é “mais um” na comunidade, não pode ser um número qualquer. Ele é chamado a ser novidade, aquele que faz a diferença no espaço em que vive.
Resplandeçamos a luz que há dentro de nós. Essa foi acessa no mistério da encarnação e alimentada com a ressurreição do Senhor. Em uma cultura que semeia pecado e morte, que a nossa presença seja, verdadeiramente, germe de vida e santidade para os homens.

Festa de São Barnabé, Apóstolo

Segunda, 11 de junho de 2012

“De graça recebestes de graça deveis dar” (Mt 10, 8)

O anúncio do Reino de Deus e de sua presença em meio aos homens é uma missão gratuita para aqueles que o realizam. Mais do que um serviço, é uma resposta para os que tiveram um encontro pessoal com o Senhor da Vida.
O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que encontra-se com ele e transmite a alegria desse contato a outras pessoas. Não se busca bens, privilégios ou honras, mas simplesmente reflete a alegria de quem experimentou o verdadeiro sentido da vida.
Que nós possamos experimentar a gratuidade do amor do Pai que revela-se plenamente em Jesus Cristo e, por ele, transmite esse grande sentimento. Que nossa missão seja o reflexo de um contato vivo com um Deus que sempre nos atrai para si.

O novo pacto


“Tomai, isto é meu corpo” (Mc 14, 22)

Celebrar a Festa do Corpo do Senhor é renovar a promessa de uma aliança realizada entre Deus e os homens. Promessa iniciada pelos sacrifícios da antiga aliança e cumprida definitivamente pelo sacrifício de Cristo, entregue por nós. Esse sangue nos une a Deus e nos torna participantes de sua divindade, por meio de Cristo, sumo e eterno sacerdote.
“Esse é o Sangue da aliança que o Senhor fez conosco, através de todas essas palavras” (Ex 24, 8). Moisés conclui a aliança entre Deus e o homem com a aspersão do sangue sobre o povo e a lei. Sangue significa vida. Esse, derramado sobre o povo, implica a união vital que há entre Deus e os homens. A nossa fidelidade à Ele é princípio de vida, vida eterna. Implica-nos nesse pacto, gera em nós uma resposta necessária ao autor de nossa história.
O vínculo dessa aliança é a lei, a Palavra que gera no homem uma postura de escuta confiante em Deus. Temos uma dívida, uma vida que, por si mesma, não se sustenta, mas que precisa de uma fonte, um norte, um alimento. A Palavra de Deus torna-se, nesse sentido, sustento e fonte de Vida, luz para a nossa caminhada.
Cristo é a plenitude dessa aliança por que realiza, ao mesmo tempo, o novo e eterno pacto entre Deus e os homens. A novidade é que ele é a Lei e o Cordeiro, é dele o sangue que jorra e define o novo princípio de vida para os homens. Ele é, nas Palavras de Paulo, o “Sumo e eterno Sacerdote” (Hb 9, 12). Ele é “mediador de uma nova aliança”. Nova e eterna: Nova por que resgata e aperfeiçoa a antiga, eterna, porque única, plena e divina.
Hoje, é Jesus quem nos pergunta: “Onde está a sala em que posso comer a ceia pascal com os meus discípulos?” (Mc 14, 14). Estamos abertos à esse novo banquete que tem Cristo alimento definitivo de nossas vidas? A Eucaristia, memorial eterno de sua aliança com os homens, abre-nos novamente ao caminho rumo aos céus.
Ela é alimento de vida eterna porque sustenta o homem, o sustenta por que dá sentido, gera no homem o desejo de conformar-se à Cristo, Filho de Deus.

Tomemos posse dessa nova e eterna aliança. Participemos desse pão que nos implica também no compromisso de nos fazer pão. Fazendo-se alimento, somos chamados a nos partir, a ser fonte de vida para que outros a tenham. Vivamos esse novo e definitivo pacto de vida, não mais com sangue alheio, mas com a implicação de nossa própria existência e favor uma humanidade que, constantemente, se fere e perde o sangue por não ter o Pão da Vida.

Sábado da IX Semana do Tempo Comum

Sábado, 09 de junho de 2012


“[...] todos eles, deram o que tinham de sobra,
ao passo que ela, da sua pobreza, deu o que tinha para viver” (Mc 12, 44)

Jesus reconhece naquela viúva pobre não um exemplo de caridade para com o templo, mas um grande testemunho de confiança em Deus e de entrega ao seu poder. Deus não olha a quantidade ou a qualidade de obras que fazemos aos outros, mas a intenção de nosso coração.
O culto que prestamos a ele não é mais do que a obrigação de nossa alma que deles necessita. À Deus, nada é acrescentado. Mais do que ação exterior, o nosso culto à Deus implica entrega, confiança e liberdade diante de seu plano salvífico.
Tenhamos a coragem de agir como aquela viúva. De nossa pobreza, tenhamos a grandeza de alma e a liberdade de espírito para doar o que temos de maior: a nossa vida. Que ela seja o grande dom, culto e sacrifício agradável à Deus.

Sexta feira da IX Semana do Tempo Comum

Sexta, 08 de junho de 2012

“Disse o Senhor ao meu Senhor: Senta-te à minha direita,
até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés” (Mc 12, 36)

Jesus é descendente de Davi segundo a sua humanidade. Mas ele é superior a ele segundo à sua divindade. Cristo é rei, mas o seu reino não é construído por mãos humanas, ele vem instaurar o Reino de Deus, o senhorio de Deus sobre o mundo.
Em um mundo que prega a centralidade do homem em toda a realidade, esquecemos de nos colocar nos braços de Deus e deixar-se guiar por sua mão poderosa. Querendo ser governadores de nossa vida, esquecemos que só um é o verdadeiro Senhor.
Deixemos que Deus seja o verdadeiro guia de nossa história. Deixemos que a sua Palavra seja luz em nossos passos. Porque sozinhos, não podemos ir muito longe, isolados, não podemos fazer muitas coisas, “livres de tudo” não teremos metas...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Quinta feira da IX Semana do Tempo Comum

Quinta, 07 de junho de 2012

“Amarai o Senhor teu Deus com todo o teu coração,
com toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Mc 12, 30)

Jesus vem ao mundo para revelar, não uma nova verdade, mas a verdade eterna vivida de forma plena. Deus é nosso único Senhor, nós devemos converter toda a nossa vida em sua direção, nossa vontade, nosso espírito nossas ações.
Essa verdade nos coloca diante de um novo modo de ser e ver o mundo: Deus é o centro para o qual tudo converge. Nenhuma ação pode ser realizada se à ele não convergir, tudo que foge à esse movimento, desvia-se do plano último divino.
Que as dificuldades da caminhada não nos impeçam de ver esse centro de convergência em nossa vida. Deus é Senhor, ele domina o mundo. Se nossa vida é regida por esse princípio, tudo convergirá para a sua glória e a nossa santificação.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Quarta feira da IX Semana do Tempo Comum

Quarta, 06 de junho de 2012

“Ele não é o Deus dos mortos, mas sim dos vivos” (Mc 12, 27)

A lógica de Deus vai muito mais além dos pensamentos humanos. Jesus nos ensina que quando morremos, não vamos para outro estágio de vida como continuação a esse. Seremos semelhantes aos anjos, estaremos na contemplação eterna de Deus.
Querer compreender a morte como um estágio superior da vida humana é limitar essa realidade. Nosso Deus é vivo, nos quer vivos, mostra que nosso fim último é a vida plena e eterna do homem. Não podemos querer continuar apegados a nossa mesma história.
É isso que Deus quer de nós, realizar, desde já, o salto da fé. Viver na esperança de uma nova vida em Cristo. Ele antecipa, com a sua encarnação, a instauração do Reino de Deus que experimentaremos plenamente na vida eterna.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Terça feira da IX Semana do Tempo Comum

Terça, 5 de junho de 2012

“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mc 12, 17)

A revelação gradativa de Cristo como Filho amado e enviado por Deus perpassa um conceito chave de sua missão: Jesus não era um Messias político. Seu projeto era a libertação dos homens do pecado e da morte eterna que era consequência.
Ao deixar claro essa diferença, Jesus apresenta que a verdadeira libertação humana ocorre em nosso interior. Somos chamados a viver no mundo como portadores desse novo modo de vida: nós somos posse de Deus, ele é o nosso único Senhor.
Pertencendo a Deus devemos viver no mundo como irradiadores desse senhorio. Não podemos nem devemos nos destacar da realidade para viver a nossa fé. Pelo contrário, ela só pode ser confirmada em um espaço que possa ser vivida, experimentada e provada.

domingo, 3 de junho de 2012

Segunda feira da IX Semana do Tempo Comum

Segunda, 04 de junho de 2012

“O que fará o dono da vinha?” (Mc 12, 9)

A parábola da vinha manifesta, em síntese, o contraste entre a fidelidade de Deus e a negação do homem diante dessa proposta salvífica. O mundo nos é dado para que possamos administrá-lo à luz de Deus que cria todas as coisas e coloca nelas uma ordem.
Tratamos com violência todo aquele que nos mostra que o verdadeiro dono de toda a realidade é Deus. Agimos com violência e rejeitamos essa verdade por que queremos dominar o mundo, queremos ser senhor absoluto do bem e do mal. E isso não nos compete.
Aceitar Deus como dono dessa vinha, dono de nossa existência é vê-lo como Senhor de nossa realidade, é colocarmos como criaturas desse que é o verdadeiro governador de todas as coisas. Entretanto, o que ele fará se não aceitamos esse senhorio?

Um Amor dinâmico


“E eis que estarei com vocês até o fim do mundo” (Mt 28, 20)

Celebrar a festa da Santíssima Trindade é professar um dado fundamental de nossa fé: nosso Deus é vivo, dinâmico, presente em nossa vida, constante em nossa história. “O Senhor é Deus lá nos céus e aqui sobre a terra: não há outro” (Dt 4, 39), já preanuncia Moisés, sem nem mesmo conhecer plenamente a Trindade.
Essa mesma lei que Moisés pregava ao povo é o primeiro sinal de uma aliança que Deus faz com os homens, um pacto de amor que desde a criação define a sua fidelidade. Esse amor, que é sempre presente na humanidade, na plenitude dos tempos faz-se carne. A palavra de Deus que sustentava a criação, pela qual pela qual foi criada todas as coisas, assume a nossa humanidade.
Jesus Cristo, Verbo Eterno de Deus, gerado eternamente no seio do Pai, reflete a dinâmica de um Deus que não se fecha em si. Mas dentro de si gera vida, ama e reflete esse amor quando cria, sustenta e governa o mundo. “A mim foi dado todo poder, no céu e sobre a terra” (Mt 28, 18). Sim, ele é o princípio e o fim de todas as coisas, por meio do qual, tudo ganha luz, sentido e vida.
É dessa geração eterna do Filho pelo Pai, que procede o Espírito Santo. Ele manifesta esse amor, reflete essa dinâmica, mostra a unidade que há entre um Deus que, sendo uno, manifestar-se em três. Esse Espírito dá sentido a toda manifestação de Deus na história, encerra toda a revelação e leva-nos a compreensão plena desse mistério.
É nesse sentido que Paulo nos acena: “Todos aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus” (Rm 8, 14). Manifestando a plena união do Pai com o Filho, esse Espírito nos torna também participante dessa vida divina. Por Cristo nos tornamos filhos adotivos de Deus. Essa adoção realizada por Deus, em Jesus, nos faz participantes de sua comunhão, como afirma o Apóstolo: “Somos coerdeiros de Cristo, se verdadeiramente tomamos parte dos seus sofrimentos para participar também de sua glória” (Rm 8, 17).
Olhemos para Maria e vejamos nela o exemplo daquela que por primeiro experimentou a dinâmica da Trindade em sua vida. Ela recebeu a promessa do Pai de gerar em seu ventre o Filho do Altíssimo. Essa promessa, entretanto, só foi cumprida na dinâmica do Espírito de Deus que eternamente gerava, mas que havia a necessidade de um coração aberto livre para tornar esse amor presente e vivo em nossa humanidade.

Sábado da VI Semana do Tempo Comum

Domingo, 19 de fevereiro de 2012

“Este é o meu Filho amado, escutai-o” (Mc 9, 7)

Na transfiguração, Jesus mostra aos seus discípulos a verdadeira face do Filho de Deus. Ao ser visto com Moisés e Elias, ele apresenta-se como cumprimento da Lei e dos profetas, nele está resumido tudo aquilo que foi prometido. Esse projeto é confirmado por Deus Pai que, no Filho, realiza o seu plano de Salvação.
Ao transfigurar-se diante dos seus, Jesus mostra a verdadeira face do homem: uma face limpa, livre de qualquer mancha. Pureza que reflete a luz de Deus. Essa, irradia o projeto de uma humanidade criada para ser imagem e semelhança de Deus, mas que pelos seus pecados, se sujam na lama de um “eu” que busca sempre as próprias vontades.
Dai-nos, Senhor, um espírito fortalecido com a vossa graça. Para que, livres de todos os perigos, possamos buscar a pureza espiritual que nos torna verdadeiros filhos da luz. Realizai em nós o mesmo projeto que fizestes em Cristo Jesus e que, pela força do Espírito Santo, possamos participar, um dia da grande alegria eterna.